domingo, 11 de setembro de 2011
Ser ou não ser?
Às vezes me pergunto se é pretensão minha ou se minha insanidade é verdadeira. Se é que ser louco é alguma vantagem nessa altura do campeonato... Porque não é normal se ter cinco dias da semana completamente livres, não se matar por isso e depois se deliciar com estudos, exercícios, ensaios e gravação de cena dois finais de semana ininterruptamente, desde o despertar até às 21h... É? Também não pode ser normal entrar num estado depressivo e ser capaz de derramar lágrimas salgadas frente à câmera pelo simples escutar de uma música triste na viagem do ônibus. Pode? E por acaso é normal se emocionar ao simplesmente colocar a mão e sentir o coração de um parceiro de cena que você tenha visto duas vezes em sua vida? E dar risada e falar sobre sei lá - água! - depois da palavra mágica "corta!", quando dois segundos atrás chorávamos gravando sobre sei lá, o fogo? Ou então... é normal assistir um dvd, tirar a legenda para degustar cada frase do roteiro original e depois querer fazer com que o mundo, através de um simples post no Facebook, deguste também este breve diálogo que de repente só eu acho tão doce? Será? E você acha normal recusar um convite de um encontro, um bar ou um simples temaki num sábado à noite simplesmente para não se perder a carga emotiva conquistada nas últimas horas, para que ela seja aplicada nas próximas do dia seguinte? Não sei... Eu acho que não. E isso se chama preparação do ator. E ser ator, meu amigo, não tem nada de normal... E como já dizia o bom e velho Hamlet, estar preparado é tudo. E ainda bem que tem louco pra tudo nesse mundo...
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