47 dias antes da Páscoa. Festeja-se os prazeres da carne. Farta-se de alegrias, estripulias, comidas, muita bebida... São dias sem dono e de crimes sem castigo. Aproveita-se até dizer chega para numa quarta-feira cinzenta, dizer-se, finalmente, adeus. "Eu queria que essa fantasia fosse eterna...". Mas nada é eterno. E dizer adeus é nossa sina. Quantas pessoas brincam com a morte... Quantas pessoas apenas sobrevivem... Quantas pessoas vivas por aí parecem mortas por aqui... Mas quantas pessoas que morreram parecem mais vivas do que aquelas que nos rodeiam? Quantas pessoas brilham por apenas existir? Por isso, festejar! Festejar a vida, festejar a saúde, dançar o amor, brindar a amizade, simplesmente sorrir! Pois do juízo final, embora sofra quando chega, a gente não pode fugir. E a carne vai embora. E sobra o vento. A dor só cura o tempo. Ir não é sinal de morte. Ir é sinal de adeus à carne e boas-vindas às lembranças. Essas sim não deviam nunca sumir. E por isso, festejar enquanto pode, comemorar cada segundo - até mesmo o mais banal! Porque no fim, queremos responder embriagados de certeza "Então diga que valeu...", mas para isso, constatemos que ao longo da vida, tudo vale a pena sim. E saibamos também que nem o adeus é eterno, pois haverá sempre um próximo carnaval...
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
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