Aeroporto de Congonhas. Meio dia. Homens de negócios carregam suas pastas, mulheres elegantes tilintam seus saltos saguão afora, um cantor de banda famosa aguarda o embarque tomando um café, dois jogadores de futebol de provavelmente algum time pequeno sentam-se um ao lado do outro sem trocarem uma palavra. Uma madame embotocada levanta suspeitas. Uma jovem de bolsa prateada lança moda. Todos usam seus Ipads, Iphones ou Blackberries aqueles mais antiquados. E lá estava ela, a atriz de comerciais formada em Relações Internacionais que viria ao interior comandar a abertura de um grande congresso de ginecologia e obstetrícia, brincando de ser gente grande, fingindo ser também uma mulher de negócios e agradecendo aos céus por hoje fazer parte deles, mesmo que fosse por apenas 45 minutos. E quando a brincadeira já virou coisa séria, escuta de uma congressista após o coquetel da abertura: "Daqui direto para a Globo!". Se para a Globo eu não sei, mas amanhã novamente enfrento o aeroporto, a bolacha salgada, o suco de pêssego light e vou direto para a cidade grande, que estará recheada de nada mais nada menos do que três testes. Chamem os clones! E antes de desbravar os ares, muito tem de ser feito aqui mesmo, nas terras áridas do interior. Se só crianças brincam, deixem-me ser criança eternamente? Sabe por quê? Porque essa brincadeira é demasiado prazerosa... Boa noite!
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