terça-feira, 18 de outubro de 2016
Uma carta para você
Oi! Como você está? Sei lá... Queria saber como estão sendo seus dias. Como estão as suas noites de sono? Ontem demorei horas para dormir. Aquele turbilhão de pensamentos ainda continua. Estava difícil desligar... E falando em desligar... Onde é que desliga a saudade? (...) E ah! Assistiu aquele filme que te falei? Eu sabia que ia gostar! É um dos meus preferidos... Tenho escutado aquela música, lembra? Over and over again... Passaram-se poucas semanas, eu sei, que mais parecem meses. Eu não entendi no começo e continuo sem entender. E você, chegou a alguma conclusão? Tem alguma palavra amiga pra me dar? Alguma palavra bem macia que me sirva de conforto para essa total inadequação? Eu parei de ver as nossas fotos. Eu até tinha parado com nossa playlist porque ela me deixava triste. Mas resolvi voltar a escutar. E agora ela me deixa distante. Aliás... é assim que estaremos a cada dia que passa: mais distantes. As lembranças são ainda palpáveis mas o perfume está indo embora... Não bastasse a geografia, o tempo é implacável, não é mesmo? Um santo remédio, alguns diriam. Mas eu queria que ele tivesse parado naquela manhã que acordamos com o sol invadindo o quarto, enquanto escutávamos o vai-e-vem das ondas. Eu te disse em tom de brincadeira mas era verdade: eu queria morar ali. Pra sempre. Ter aquilo tudo pra sempre. Ou só você mesmo. Dispensaria a cama fofa. Os travesseiros. A televisão. O azul do céu. O azul do mar. O frigobar. Queria ter apenas minha cabeça apoiada no seu peito e sentir aquela paz quase surreal. Eu ainda não entendi pra que essas peças da vida, não. Mas tô firme e forte, acredite. Morta de saudade e cheia de dúvidas, mas continuo caminhando. Caminhando e lembrando de você a cada carro, a cada esquina, a cada gole, a cada flor. Vou repetir a pergunta: onde é que desliga a saudade? Hein? O tempo vai nos matar, não vai? Não a mim. Nem a ti. Pelo menos não tão cedo... Vai matar o "nós dois". Aliás, já estamos morrendo... Bom, então é isso. Um beijo. Enorme. Verdadeiro. Infinito. Virtual. Irreal, como todos foram: irreais.
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
Na malinha de mão do nosso coração
Cada um fez sua mala. Cada um pegou seu carro ou avião. Cada um voltou pra sua casa. Cada um tenta voltar a sua rotina. Cada um sente uma saudade diferente. Mas todos compartilhamos do mesmo vazio... Nosso mundo paralelo chegou ao fim. Foi uma vida em 55 dias. Uma vida louca, uma vida breve. Formamos uma família, formamos casais apaixonados, formamos uma equipe FODA com vitória garantida. Formamos uma onda de alegria que não quer chegar na praia e morrer. Mas a maré vem e vai. E a isso teremos que nos acostumar. Agradeço cada segundo vivido, cada abraço apertado, cada beijo dado, cada gargalhada solta, cada música cantada, cada carinho recebido. Desejo lembrar de cada rosto, de cada palavra e de cada gesto até os meus últimos dias mas tenho medo dos efeitos do tempo. Não sabemos para onde cada um vai, mas sabemos onde estão guardados. Estão todos aqui, na malinha de mão do nosso coração.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Setembro
Ah, a vida e suas surpresas! Para quem não me acompanha nas redes sociais, vivo há 20 dias numa cidade distante, a exatos 1.866km de casa. Se não fosse o trabalho, provavelmente jamais pisaria aqui. Aliás, quando me falaram Feira de Santana eu me animei ao achar que fosse uma cidade praiana. Mas não. Estamos a 100km de Salvador, envoltos numa atmosfera de carinho e estranhamento. A rotina é outra. O sotaque é outro. Os compromissos outros. Até o organismo estranhou e pediu 1L de soro e alguns medicamentos. Mas estar longe está sendo interessantíssimo. É como tirar férias da própria vida e experimentar o inusitado. Campanha política é um universo paralelo. Só quem já fez sabe. Trouxe meu livro para forjar um pedacinho de casa mas ele está exatamente como deixei. Não abri. É como negar por 50 dias a minha realidade e me dar ao deleite de experimentar uma nova. Está tudo tranquilo, divertido e diferente. A passagem de volta está marcada para 30 de setembro, mas o desejo já é prolongar um pouquinho mais para desbravar as terras baianas. Quanta coisa linda e quanta gente querida... Às vezes a saudade bate mas sabemos que tem data de validade. São as loucuras e os prazeres que minha profissão me proporciona. Bahia, eu sempre te amei!
sexta-feira, 8 de julho de 2016
A única certeza da vida
Falar sobre a morte é quase um tabu. Mas não deveria, afinal, eis a única certeza da vida. Cresci sendo obrigada a encará-la. Tentando entendê-la. Tentando dali tirar alguma lição, alguma noção, alguma inspiração para viver. Algumas vidas acabam naturalmente, outras são assassinadas, algumas amputadas, outras tantas desperdiçadas... Costumam dizer que a vida é uma dádiva mas nem todos tem o prazer neste presente. Por motivos que não sabe a nossa vã filosofia... O mundo é - ou está? - asfixiante e nos exige uma força descomunal para suportá-lo. Os fortes tentam transformá-lo. Os mais sábios, aceitá-lo. Almas lindas, leves e soltas se vêm enjauladas num dia-a-dia bruto. Buscamos o colorido, o sonoro, o pacífico, o justo, mas o mundo responde de volta com palavrões e chibatadas. E essa violência nem todos aguentam, por motivos internos, externos, transcendentes. Almas apaixonadas se machucam frente tamanha superficialidade e quando os versos não são mais suficientes, a poesia é deixada para trás e marcada de sangue. Não cabe a nós julgar. Mas cabe a nós viver. E tentar. E tentar novamente. Ninguém disse que seria fácil. Mas temos esta etapa a cumprir. Sabe-se lá o que nos espera no fim e se o fim é realmente um recomeço. Mas desejo aos que continuam força. Sobriedade. E um pouco de magia, pois almas amolecidas tendem a endurecer com o tempo mas não podem deixar jamais de sonhar. Vida louca, vida breve.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
Uma snapper
Eu tentei. Ai, juro, como eu tentei! Eu sabia que seria algo danoso. Viciante. Eu perderia horas do meu dia e dizem que o que temos de mais precioso é o tempo... Tentei não saber, criei uma barreira, achava besteira, apenas "mais uma". Mas fracassei. Fui vencida. Forçada! Praticamente colocaram uma arma na minha cabeça e eu fiz. Sou agora uma snapchatter - ou para os íntimos, uma snapper. O vício foi quase instantâneo. No primeiro dia, seguindo poucos e sendo seguida por ainda menos, não vi graça naquela rede social. No segundo, comecei a entender. No terceiro, eu já estava dentro daquilo e o pior: gostando de tudo aquilo. O meu medo maior era virar uma autista que falava sozinha pelas ruas com o celular na cara. E eu venci esse medo! Hoje sou, sem problema algum, uma autista que anda com o celular na cara. É demasiado divertido. Especialmente quando recebemos um feedback positivo dos já alguns seguidores. E também quando brotam desconhecidos nas minhas views. É um prazer idiota, sim, eu sei. Mas estrelas nasceram com esse tal aplicativo e estão ganhando o mundo. Eu ainda não ganhei nada, aliás, só perco, especialmente (SPOILER) bateria. Sim, o SnapChat bebe a nossa bateria, fique ciente disso, você, que mantém sua integridade e ainda não fez nem assistiu as pessoas com caras de cachorro. Já você, que foi fraco como eu, me segue lá, follow me! A tia garante conteúdo e entretenimento para os seguidores! (stellamenegucci)
quinta-feira, 7 de abril de 2016
Propaganda contra o quê?
Não, eu não sou "atletas profissionais de alta performance". Não, não sou "mãe de 25 a 35 anos que adotou bebê de 2 a 3". Também não sou "mulher linda fora da mídia, que nunca tenha feito publicidade." Nem "bailarina clássica até 30 anos". Muito menos "pessoas empreendedoras com história de sucesso para contar - não vale atores!". E por este caminho segue o ramo da publicidade. Querem pessoas reais. Não atores. E lhes oferecem "cachezão", que para nós, profissionais, está mais raro que arara-azul em habitat natural. Assim como testes. Ah que saudade da correria de 1, 2, 3 testes por dia... O cenário político-econômico já está caótico. Para piorar, nosso trabalho começa, de repente, a não ser mais necessário, ou quando necessário, mal remunerado. O meu aluguel subiu. Assim como meu condomínio. Duas pêras no hortifruti custam 6 reais. Minha academia faliu. Pedágio nas alturas. Combustível então... Dilma saindo ou ficando, preveem um futuro incerto para os próximos anos. Eu confesso: estou com medo. E os 30 estão chegando... Quem dera se fosse apenas o famoso inferno astral... Meu horóscopo disse que eu teria de fazer manobras nunca antes pensadas para conquistar meu objetivo. Continuo em busca da luz. E vou te dizer, esse túnel é longo, muito longo...
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Uma faca de 2 (le)gumes
Deus (seja lá o que Ele for, universo, Matrix, evolução, coincidência ou nada) nos deu um presente e uma arma, ao mesmo tempo: nosso senso de julgamento. Julgamos o que é certo, o que é errado, o que nos agrada, desagrada, o que nos nos preenche, nos fascina. Julgamos para o nosso bem-estar. Para fazermos nossas escolhas. Para nosso próprio umbigo. Mas também julgamos o outro. Apontamos o dedo. Criticamos. O banimos de nossos territórios. Fechamos nosso portão. Nosso vidro do carro. Nossas fronteiras. Fingimos não ver. Ou às vezes fazemos questão de ver e falar e registrar nas mídias sociais. Fofocar para um amigo. Escrever num blog... Fazemos isso, constantemente. Gostamos de criticar o casamento alheio. A profissão do parente. O modo de vestir do amigo. A maconha do vizinho. O post do coleguinha virtual. Entramos em discussões surdas que raramente terminam bem, simplesmente porque ninguém é igual a ninguém. E aí me pergunto: Deus, isso é um jogo? Por que não julgamos apenas o que nos diz respeito? É preciso enfatizar que a vida do outro é do outro, não é sua, contanto que não te prejudique ou não prejudique os demais, obviamente. Felicidade para mim é uma coisa e quem é você para julgar o que me faria mais feliz? Aliás... você é feliz? Você pode até dizer que é mas eu acredito saber que não é, porque na vida, a gente acha muita coisa e certeza, só da morte. Devíamos guardar nossos dedinhos e palpitar menos. Devíamos, inclusive, nos olhar mais no espelho antes de julgar a grama da casa ao lado. Devíamos aceitar as diferenças. Devíamos ser menos egoístas e parar de achar que somos modelo para alguma coisa. Devíamos ter essa faca de dois (le)gumes para cortar as tantas abobrinhas que vemos, lemos e escutamos por aí... Mas continuamos a fazer uma bagunçada sopa. Eu julgo, tu julgas, nós julgamos. Que pena...
domingo, 21 de fevereiro de 2016
domingo, 17 de janeiro de 2016
Que não morra o entretenimento!
Começo de ano sempre traz a maratona de awards do cinema e da tv. E como uma boa atleta, eu tento acompanhar os passos dos indicados. Já risquei da lista Joy, O Quarto De Jack, Perdido em Marte, Mad Max e Creed. E que alegria saber que tenho tantos outros ainda para me deliciar! Mas confesso, assisto a maioria no conforto do meu lar. O motivo? Os dolorosos 30 reais do ingresso do cinema e mais os 12 da pipoca. O refrigerante eu dispenso. E coincidentemente, após assistir mais um premiado trabalho de J.Law, li um artigo sobre o fechamento da última loja da 2001 em São Paulo neste domingo. A locadora mais completa, a única que me oferecia os filmes peculiares indicados pelo meu querido professor e diretor Fernando Leal em meados de 2009... O que me fez lembrar também da querida Genius, de Ribeirão Preto. O programa mais badalado dos finais de semana era escolher dentre as tantas fitas, o espetáculo da noite. Ou os três espetáculos às quartas-feiras de promoção. Sempre encontrávamos conhecidos, colegas de escola, paqueras, havia sempre fila para o aluguel! E os sorvetes. E os lançamentos. E os funcionários que manjavam muito e nos indicavam - quase - sempre, o melhor filme. Mas aí chegaram ao fim as fitas VHS. Chegaram ao fim os dvd's. Blue Ray nem fez parte da minha vida. Chegaram ao fim as locadoras. Mas que jamais morra o entretenimento! Eis o que nós atores e nós amantes da magia desejamos, do fundo de nossos corações. RIP, 2001.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
A um 2016 SENSACIONAL
Feliz Ano Novo, gente! Sei que alguns dirão que estou um pouco atrasada, mas só agora é que 2016 realmente começou pra mim: voltando à minha rotina na capital, à academia e aos testes. Sabemos que existe toda uma especulação sobre os próximos meses, sobre a crise, sobre o Brasil, mas desta vez, tentarei me proteger das influências negativas e trazer apenas good vibes. Afinal, o mundo continua o mesmo, a política a mesma, nossa conta bancária idem... Mas nossas esperanças e confiança podem ser diferentes. Maiores. Melhores! Desejo um ano cheio de hashtags felizes a todos nós! O hoje, é a gente que faz. O amanhã, vem do que a gente planta. Que nossos dias sejam mais doces e nossos olhares menos críticos. Chegue chegando, 2016. 2015 foi bom. Mas você será ainda melhor!
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