Cheguei no Rio por volta das 4 da tarde. Fui para a casa de minha querida amiga da faculdade que me abrigaria e me seria uma companhia tão especial nesses últimos 4 dias na Zona Sul. Me apaixonei pela rua, tem a minha cara, me apaixonei pelo apartamento que está a dois quarteirões do Posto 10. Acho que deixei as lembranças do Leblon em segundo lugar!
Sozinha, perdida na cidade, esperando minha amiga sair do trabalho, à espera de um programa para minha sexta-feira, fui andar pelas areias de Ipanema... vi o anoitecer sozinha no Arpoador... pedi para as águas a mais pura felicidade e sucesso profissional. As águas costumam de ouvir...
As horas se foram, e combinamos nossa noite com pessoas que uma conheci e outra que revi. Especilíssimas. Após o pub irlandês, fomos munidos de algumas garrafas de vinho e quitutes e amanhacemos na praia, sem a mínima noção prática do perigo. Desta vez o mar estava demasiado revolto e nos contentamos com a areia. Os detalhes eu guardo como doce memória.
Sábado foi um dia de dormir só 3 horas até o meio-dia, pegar uma praia, rever dois amigos unespianos, uma balada em Botafogo e a noite ia longe...
Domingo, Dia das Mães, e eu longe da minha, fui comemorar com a família do namorado da amiga numa churrascaria delícia, após um chopp escuro do Belmonte e uma empada yummy de camarão e mais de uma hora de espera. Rimos demais, comemos demais, tudo demais. E o teste se aproximava...
Descansei no meu domingo à noite, ensaiei muito em frente ao espelho, dormi cedo. Segunda-feira, lá ia eu para os estúdios da Rede Record na Estrada dos Bandeirantes. Cheguei uma hora mais cedo do que o previsto (sou uma garota prevenida, né, nunca se sabe...), esperei mais outras quase duas... e chamaram meu nome.
Pela primeira vez na vida entrei em um estúdio de gravação de verdade. Não era uma sala comercial adaptada como aconteceu no filme No Olho da Rua, ou um cenário improvisado e barato dos alunos da USP. Era um estúdio de verdade. Numa emissora de verdade. Uma chance de verdade. Era muita responsabilidade. O estômago dava sinais de um nervosismo esperado e inédito, parecido com o que tive na minha estreia no Teatro Pedro II, ao saber que mil pessoas assistiriam nossa primeira apresentação do dia. Após tirar fotos com o papel de identificação na mão, após ouvir alguns toques, tive um branco na primeira gravação. Isso nunca me acontece. Mas a segunda foi que foi. Poderia ter sido melhor, lógico, já ainda tenho muito o que aprender na frente da danada da câmera. Estou arquivada no banco de atores da Rede Record! A sorte está lançada, sendo que me falaram que sorte é a combinação de preparo e oportunidade.
Voltei para casa, envolta na trilha sonora que se confundia com a tormenta que se passava pela minha cabeça. Não sei se me dei conta até agora do que tinha acabado de realizar. E até onde consegui chegar, em tão pouco tempo de luta. Observei a cidade, cada detalhe, cada vista que me foram oferecidos. Pensei muito em mudar para lá. Cheguei em Ipanema, coloquei minha roupa de ginástica, e fui tentar queimar as calorias do Bob´s que havia na pressa almoçado. Vi muitos famosos nesse dia, Luiza Brunet lindíssima, Maria Flor de bicicleta, Rafael Calomeni (o Expedito e um arraso!), Leonardo Brício, Fiorella Mattheis, e mais outros que nem sei e nem me lembro.
Um fato engraçado foi que durante minha caminhada, cruzei com um grupo de homens, e ouvi um deles se perguntando sobre mim: "Ela é atriz, né?". Juro que isso aconteceu. E sim, sou. Pelo menos tentando ser. Inclusive estou aqui no Rio para isso. A áurea já está iluminada...
Mais à noite, jantamos um japa especial, e a curta segunda temporada no Rio de Janeiro de acabava. Beijos e despedidas, promessas e pedidos de não-promessa, uma lista de coisas e lugares a fazer e serem visitados na terceira temporada, caixas de bombom de agradecimento pela recepção, muita esperança na mala, sono atrasado, e peguei o ônibus de volta terça-feira pela manhã.
Esse seriado ainda vai longe! Eu amo o Rio de Janeiro! E sim, ele continua mais lindo do que nunca...
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