Ontem recebi um amigo de infância em casa, que veio a São Paulo para uma dinâmica de trainee. Ai! Dá até arrepio de lembrar do meu desespero ano passado, quando estava prestes a receber meu diploma e o futuro ainda era uma interrogação (não que ainda não seja...). E assim como muitos universitários que estão arrancando os cabelos quando se aproxima a formatura, segui o fluxo e também me inscrevi em alguns processos, apenas por desencargo e jamais com o sonho de ser uma trainee. Uma chatice. E as dinâmicas? Quando se tem que aguentar pessoas que querem se mostrar mais eficazes do que realmente são e onde o segredo é vender bem o peixe, mesmo que seja lambari ou pacu? Preguiça. E os papos?! Que não mudam jamais?! Só se fala sobre o quê?! Processos de trainee! Galera, cadê a criatividade? Pô, vamos dar uma variada... dá para falar de música... balada... sobre a virada do tempo... sobre os tornados no Sul do Brasil... sobre sei lá, tudo menos processo de trainee. E existem os bitolados, aqueles que tem um currículo enorme, experiência aqui, estágio lá, projeto acolá e se inscreveram em 50 processos, mas são chatos. Carisma zero, não são nada interessantes, falam, falam, falam e extrapolam os 3 minutos de apresentação pessoal estipulados pelo pessoal do RH que mais parecem uma eternidade. Preguiça também. E os entre-olhares dos concorrentes? Eu me lembro de minha primeira dinâmica, em Campinas, para International Paper. Cheguei tranquila, despretenciosa, e já soltei um: "Nossa gente, que seriedade." Parecia fila para exame de sangue ou aquelas filas de clínicas de aborto que vemos nos filmes. Todo mundo com cara de que vai para o abate. Nessas horas o melhor remédio é: relaxar e ser você mesmo. E sinto muito... forçar não adianta, tentar ser simpático não cola. Ou você é ou não é. Vai do perfil de cada um. E não invente firulas, meu amigo, pois você ficará anos naquela mesma empresa, e você é isso aí. Ou a empresa te quer ou não te quer. Ponto. E a cada ano os processos se aprimoram, dificultando a vida dos pobres coitados dos futuros e dos já recém-formados, como se ela já não estivesse difícil... Agora a moda é inovar. Algumas empresas não se identificam e criam um mistério para os interessados. Uma agora pediu aos candidatos a criação de um blog. Outra um vídeo criativo que mostrasse a "marca" do estudante no mundo. Mas... boa sorte a todos os wanna be! Um dia a gente chega lá.
Hoje tive um teste para um trabalho de conclusão de curso de um pessoal da UniSul: um seriado baseado no blog de sucesso "Garotas que Dizem Ni". Mas ah, acho que não fui bem, não soube flertar com a câmera, não me concentrei antes da cena, enfim. Se passar, vai ser sorte. Ou perfil. Nessa vida agora tudo é perfil.
Cheguei e fui ao shopping comprar coisas básicas que jamais podem faltar no armário de uma mulher: meia calça preta, meia calça marrom e um sutien nadador. E também uma coisa que jamais falta no meu armário: meu velho e característico perfume. Uso o mesmo há anos! Algumas pessoas já tentaram copiar, mas é coisa de pele, gente, não adianta. O cheiro é meu, foi feito para mim. Sinto muito. É problema de perfil. E este, só eu tenho.
Aí passei a tarde e a noite com uma linda amiga também de infância que faz pós aqui na capital. Foram horas de chopp, brusquettta, risadas, confissões, lembranças e atualizações, finalizadas com um miserável petit gateau do Frans Café. Fiquei até rouca do tanto que falei. Para um sábado que estava sem grandes planos, foi um sabadão!
Falando em rouca... tô achando que estou com problemas vocais. Sempre tive uma voz potente. Não tinha dores de garganta nem rouquidão, só após Carnabeirão, Porto Seguro ou coisa assim. Mas nestes últimos tempos, acordo todos os dias com voz de traveco. Bebo muita água, mas não adianta. Estou com medo até da minha projeção no Teatro Municipal semana que vem. Não sei se é a cidade, a poluição, porque uso muito a garganta ou psicológico. Também estou sempre com nariz escorrendo. E isso me irrita pacas! Nunca havia comprado Benegripe ou vitamina C, que agora são constantes na minha gavetinha do criado mudo.
Eita cidadezinha, viu. Ferra bolso, ferra coração, ferra pulmão, ferra garganta...
Confesso que a presença de meus amigos esse final de semana me ajudou a superar um desânimo crônico. Recebi ontem o feed back de um agente de que minhas fotos não estão boas, que preciso de algo mais bacana, que não fui bem aproveitada pelo fotógrafo e que posso render muito mais. E que temos que tomar cuidado para "não queimarmos cartucho". Agora já nem confio mais no DVD Book. Não sei o que fazer. Depois da ligação tive vontade de chorar, mas meu amigo estava em casa e estávamos de saída para nosso rodízio de japa e acabei me distraindo. Talvez eu tenha que enfiar a mão no bolso e fazer tudo profissional. É bem provável que assim faça. Porque neste quisito, só o perfil não basta. Imagem é tudo, seja a minha, do material e de minha confiança, que não anda lá essas coisas...
É tudo muito complicado. E dá preguiça. E só falta eu também não passar neste teste... vai ser uma beleza para a auto-estima. Ah, vai...
E sem hora para acordar amanhã... me voy! Hasta la vista, baby!
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