domingo, 28 de outubro de 2012

Shakespeare Apaixonado

E eu me lembro muito bem daquela manhã, em meados de 1998. Era um daqueles dias que os alunos vibram por substituírem as aulas por um filme, quando considerávamos a escola um fardo e o inferno na terra. Nos dirigimos aos anfiteatro do Colégio Marista (ah, quantas saudades do primeiro palco em que pisei...) e lá estava um telão e em retroprojeção, Shakespeare In Love. Naquelas semanas estudávamos Romantismo nas aulas de literatura e aquele filme caíra como uma luva sobre tudo aquilo que líamos. E como não se apaixonar por um filme que falava sobre o amor, a paixão pelo teatro e tinha Joseph Fiennes como protagonista quando se tinha doze anos e já se amava esse mundo louco das artes? Eu saí de lá extasiada! Aquilo tudo fazia sentido para mim... E hoje, anos depois, me dei o prazer de novamente assistir ao filme, com olhos tão distantes da minha 6a série, numa noite morna de sábado... E tudo fez sentido novamente! Viola, quebrando paradigmas numa época em que mulher não pisava nos palcos, interpreta Romeu e simultaneamente, vive uma história de um amor puro e louco e verdadeiro com seu criador, Mr. Shakespeare. Numa discussão com terceiros, deixam escapar que "Will" tem uma esposa em outras terras. Viola, obviamente, deixa o local se sentindo enganada e frustrada e tudo o mais que mulher costuma sentir nesses momentos constrangedores e completamente dispensáveis. Mas Will a ama e numa reconciliação, a pergunta: "- Can you love a fool? (- Você consegue amar um idiota?) " e ela responde com outra pergunta: "- Can you love a player? (- Você pode amar uma atriz?)". Não preciso dizer mais nada... Shakespeare Apaixonado continuará na minha lista dos melhores filmes da vida, especialmente por tudo aquilo que me disse quatorze anos atrás e que continua valendo: sim, eu amo os palcos e sim, eu sou romântica, fazer o quê?!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Passa boi, passa boiada

E por nós passam os inquietos, alguns vazios, outros com vazios a serem preenchidos, poucos te abraçam e pretendem ficar. Muito se faz, muito se fala, pouco se sente. Palavras ao vento, memórias ao relento, um desprazer até de compreender. Mas tá tudo certo, nessa porteira da vida passa boi, passa boiada e é naqueles que merecem e querem ficar que nossa vida se sustenta, porque de amargura já basta o mundo lá fora. Aqui dentro ficam a verdade, a vontade, a ação casada com o sentimento. Lágrimas são palavras não ditas e por isso escrevo para nunca mais chorar. O dito nunca antes dito... Coração é de pedra, mas é tanto bate-bate que uma hora quebra. E é somente pelas suas frestas que o amor pode entrar. Boa quarta-feira!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

De mulher pra mulher!

Minha terça-feira foi de lavouro - e lavouro brabo! Acordei às seis da matina, para às oito conseguir minha carona e chegar pronta às 9h lá em Barueri. Arruma luz, arruma câmera, arruma isso e arruma aquilo, começamos a gravar às 13h e só cheguei em casa quando já era quarta-feira. Mas, revi colegas, conheci outros e fizemos tudo para obter um bom resultado! Para fechar melhor o meu dia, fui contemplada com cem reais perdidos no banco traseiro do táxi. O achado não é roubado, correto? Aí, sem direito a descanso, hoje acordei para me preparar para um teste gordo logo após o almoço, na volta me empolguei em compras no shopping quando o objetivo era apenas um sapato caramelo para trabalho e restreei, finalmente, no Ibirapuera. Desde que tinha voltado à capital não tinha conseguido cumprir esta tarefa diária... E estava uma linda tarde! Passei no supermercado para comprar meu kit café da manhã: banana, pão, requeijão e leite e nem tive tempo de relaxar assistindo qualquer coisa na tv. Dois textos me esperavam para serem decorados para um teste amanhã às 9h. Decorei só um. Paciência! Sono. Cansaço. Boa noite!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pescaria

Quando eu era peixe pequeno e ia àqueles testes com aquelas modelos lindas com seus books gordos debaixo do braço, com aquelas atrizes super falantes e experientes, com aqueles atores já macaco véio, sabe, ou mesmo testes com todo mundo junto e misturado, com o ator que conhecia a modelo, a atriz que conhecia a produtora, o diretor que adorava a modelo, enfim, eu pensava: "Nossa... Eu ainda chego lá.". Mesmo ainda não sabendo onde fica esse tal "lá", cá estou. E eu adoro o meu "cá"! Hoje cheguei para um teste num estúdio conhecido, fui solicitada pela produtora querida e clicada pelo fotógrafo que acompanhou uma saga de duas diárias de fotos de família com criança e muito chocolate alguns meses atrás. E ali eu tinha nome e eu tinha uma história. Eu não era só mais uma. A isso dá-se o nome de reconhecimento, acabaram de me dizer... E a isso dou o nome de felicidade. A pescaria não pode parar...! Boa noite porque amanhã o despertador toca cedinho para  eu falar, pela terceira vez, "de mulher pra mulher, Marisa!".

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Eu gosto

 
Eu gosto da vida porque ela me oferece o preto e o branco e quando a monotonia reina, eu posso criar uma nova cartela de cores. Eu gosto da vida porque ela me dá o direito ao riso e ao choro e mesmo quando a apatia toma conta, tenho à arte para recorrer. Eu gosto da vida pois tudo o que vai volta e porque o mundo dá voltas. Eu gosto da vida porque ela é inimiga da inércia: onde ela está, há movimento. Pra frente, pra trás, de um lado, pro outro... Eu gosto da vida porque ela é uma dança não coreografada, porque ela é uma obra não editada, uma poesia não publicada. Eu gosto da vida porque ela ensina, a gente aprende, também se arrepende e depois se surpreende. Eu gosto da vida porque tenho saúde, tenho vontades, tenho coragem e os mais lindos personagens! Eu gosto da vida porque ela renasce a cada manhã e porque sobre o amanhã, ninguém sabe. É a vida, é bonita e é bonita!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Voltando com tudo!

O que seria uma terça-feira para botar a vida em dia, virou uma terça-feira de teste! Enquanto matava as saudades dos meus travesseiros paulistanos e curtia a temperatura amena da manhã na capital, o telefone tocou e cortou o meu barato! Lá fui para o primeiro teste da saga São Paulo - O Retorno. Depois de segurar a claquete - há meses longe das minhas mãos - simulei uma corrida, reecontrei antigos colegas, almocei no meu japinha self-service favorito, preenchi a geladeira, quase chorei de saudades das lindas frutas e dos belos preços de um varejão lá de Ribeirão Preto e jantei um Teppan de Meca tentando colocar três meses de papo em dia com uma grande amiga. O dia valeu a pena! Com o despertador preparado, dormi na ansiedade do trabalho do dia seguinte: catálogo de roupas de mergulho, já marcado há semanas... E minha quarta-feira foi suada! Literalmente suada! Eu nunca havia visto alguém derreter e esta pessoa hoje fui eu. As roupas justas de neoprene, a máscara, as nadadeiras, a sapatilha, a botinha, o colete, os equipamentos, o relógio e o calor - ai, o calor... - me fizeram perder litros e mais litros de água. Eu pingava nas extremidades, ou melhor, jorrava! Quase passei mal com um figurino P que deveria ser M, na realidade, mas com pessoas especiais e um resultado ímpar, minha quase desidratação valeu a pena! Cliente satisfeito, fotógrafo feliz, atriz desidrata mas mais uma vez, realizada! Cada coisa que a gente faz nessa vida... Já fui mãe de um, mãe de dois, revendedora de cosmético, arquiteta, contorcionista, médica, dona de casa, velha italiana, papagaio, fada... e agora, mergulhadora! Mas me poupei de ser uma paciente no Pronto Socorro e não, não fui ao Ibirapuera. Além do cansaço do dia, ainda estou sofrendo com o jetleg... Boa noite!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

EU E A CAMPANHA POLÍTICA


Vídeos Internos SENAC


São Paulo, o retorno

A minha saudade tem temperatura de verão, tem gosto de beijo e cheiro de macarrão. Ao som de MPB, me refrescaram o vinho verde e o sorvete de leite ninho de Sertãozinho. A minha saudade ficou a trezentos quilômetros, há mais ou menos 24 horas. A minha saudade sorriu, a minha saudade chorou. A minha saudade gosta do azul do céu, do azul de piscina, do abraço de mãe, da mesa do café de família. A minha saudade é de pessoas alegres e dispostas, das pessoas que me fizeram gargalhar quando a paciência me dava as costas. Uma saudade minha será eterna e as outras, só o tempo dirá. Um latido que nunca mais será ouvido, um caminho que nunca mais será percorrido, um dia-a-dia por só três meses vivido, o retorno à terra nostra. As saudades são muitas e elas são por demais coloridas. Seus personagens são únicos e preenchem como aquarela as páginas da vida. Uma saudade dói, as outras confortam. A saudade é o começo do desfecho de uma volta sem fim. São Paulo, eu voltei...!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Acabou!

E por aqui já fez calor, já fez muito calor, aí o tempo virou, a chuva caiu, o frio chegou, um grande amigo casou, minha tia se recuperou, entrou agosto, acabou setembro, outubro começou. Gravei no estúdio, gravei na rua, gravei na chuva e na fazenda, aí o calor voltou, a Rainha da televisão brasileira se foi e a campanha acabou! Gravei hoje o último programa e fiz hoje a última locução. Foram dois, quase três meses completamente atípicos, tempo suficiente para boas companhias, reencontros ímpares, banquetes memoráveis, uma perda canina, um ganho profissional/humano imensurável. Foram meses de ócio e cansaço, de beijos e abraços, de mesclar o stress com a paciência, de aprender que quem não chora não mama, um crescer sem tamanho. Numa contagem já regressiva para partir, tenho vontade de estender um pouco mais e temo o que está por vir, porque muito está por vir...! São Paulo já me espera com trabalhos e para lá eu volto mais rica, mais feliz, mais gordinha, mais experiente, mais exigente e já saudosa. Saudosa maloca, maloca querida... Amo e amei muito tudo isso!